MINHA CAMINHADA
Daniel Bota desenvolveu a sua paixão pela arte desde muito cedo. Seu pai, engenheiro, pintava nas horas vagas, o que alimentava e despertava a paixão de seu filho pela arte. Até a construção de sua identidade como artista, Daniel cresceu no ambiente das referências visuais e culturais cultivadas e transmitidas por sua família.
Quando criança, adorava navegar na coleção Gênios da Pintura e nos esboços de Michelangelo. O artista conta que, aos 9 anos, teve um desenho de um carro Mercedes-Benz publicado em uma revista alemã de circulação mundial. “Foi um concurso para a revista da marca. Na época, ganhei 50 marcos alemães – uma conquista inesquecível para uma criança”, afirma. O seu talento natural para o desenho ganhou corpo e na adolescência, estudou na “Escola Cândido Portinari”, onde se aprofundou nos fundamentos do desenho, que o prepararam para sua escolha profissional.
Graduado em Publicidade pela Universidade Mackenzie, Daniel se propôs a vivenciar o mercado publicitário nos anos posteriores. Por muito tempo atuou como Diretor de Arte em diversas agências de publicidade (São Paulo / Brasil). A formação acadêmica aliada à prática profissional lhe proporcionou sólida bagagem para o desenvolvimento de sua arte.
Amante do surf, seus primeiros trabalhos como artista foram uma série de pinturas de seu esporte de coração, que lhe valeram a primeira exposição no metrô de São Paulo. Experiência que abriu caminho para a escolha de viver como artista. Suas pinturas ganharam enorme destaque no cenário esportivo. A título de exemplo, o quadro em homenagem a Ayrton Senna, hoje, pertence à família do piloto e ganhou destaque pelo Instituto (IAS) como uma das 5 principais obras feitas para ele.
Dbota como costuma assinar, estudou pintura na “ADA” (Accademia d´Arte) em Firenze, Itália. É também membro da Associação Paulista de Belas Artes, com diversas obras premiadas. O artista também participou de diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior.
DECLARAÇÃO DO ARTISTA
Em uma de suas cartas a seu irmão Theo, Van Gogh escreveu: “Quanta beleza na arte, desde que possamos reter o que vimos. Jamais ficamos deserdados, nem verdadeiramente solitários, jamais sós.”
A arte possibilita um diálogo. Minha experiência se traduz numa busca incansável. Minha paixão é capturar o espetáculo da vida que está em constante movimento por meio de cores e formas. Seja uma paisagem, um retrato ou mesmo uma abstração.
Eu vejo a vida em pinceladas e escolhi uma forma mais livre e contemporânea de pintar. Portanto, acredito que meu estilo de pintura é o realismo espontâneo. Para onde quer que eu olhe, vejo vida em texturas e tento traduzi-la em pinceladas. A experiência me ensinou que a melhor maneira de fazer isso é deixar a tinta fazer o que faz de melhor: parecer tinta. Por isso gosto de explorar respingos, camadas, fazer uso de espátulas e faço questão de deixar a pincelada aparente, em qualquer que seja a técnica: acrílico, óleo, aquarela ou guache.
Me sinto desafiado a representar a riqueza do nosso mundo. Minha paixão é capturar o espetáculo da vida, pois cada fôlego carrega a mensagem da eternidade.
Finalizo com as inspirativas palavras de Roger Scruton: “A arte tal qual conhecemos encontra-se no limiar do transcendental. Ela aponta para além deste mundo de coisas acidentais e desconexas, na direção de uma esfera em que a vida humana é agraciada com uma lógica emocional que torna o sofrimento nobre e faz que o amor valha a pena.”